terça-feira, 11 de setembro de 2012

Sujando o cocho

Nos governos militares a telefonia era estatizada e, devido a isso, portadora de todas as mazelas comuns das estatais: baixa produtividade, atraso tecnológico, ineficiência, alto custo e péssima qualidade de serviços para o cidadão.
Ter um telefone em casa era um privilégio de poucos. Tinha-se que entrar na fila dos famigerados planos de expansão e  esperar por 2 ou 3 anos. Quem tinha pressa e dinheiro podia comprar uma linha no mercado negro por 3 ou 4000 dólares.
Com o advento do governo FHC e as privatizações, tão vituperadas pelo PT e seus asseclas, o telefone se tornou acessível a quase todo mundo. Não foi ainda a solução perfeita, mas era uma solução sujeita a aprimoramento sob a fiscalização do Estado, função que cabia à agência reguladora Anatel.
Aí vieram os governos Lula e a Anatel, assim como todas as demais agências que deviam ser reguladoras, passou a ser um cabide de empregos do Partido.
A "cumpanherada" que nada entende de telefonia, nem quer entender, quer apenas usufruir das benesses concedidas pelo Estado à custa do contribuinte, deixou o barco rolar e o que vemos hoje é uma situação quase tão ruim quanto no tempo da telefonia estatal. Só que agora, há interesse e lucro por trás da ineficiência. E a Anatel finge de surda e muda.
Chovem reclamações por todos os órgãos. Segundo a própria Anatel mais de 40% das reclamações são de cobrança indevida. Estranho observar que os "sistemas" erram só para mais, nunca para menos. E o descaso com que nos tratam, o usuário, o cliente,  é uma tortura que chega a beirar o surreal. A começar pelo atendimento telefônico que é minuciosamente programado para que a gente desista antes mesmo de tentar. Não há possibilidade, jamais, de se resolver um problema na primeira ligação. Vão transferir para outro setor, e outro e mais outro,  enquanto aquela musiquinha enjoativa enche seus ouvidos até você desistir ou a ligação cair.
Não há solução porque se você sair da companhia A para a B só vai mudar o nome do problema.
A solução deveria ser a Anatel cumprir sua obrigação e punir (verdadeiramente) com multas e mais multas e até mesmo suspensão ou cassação do direito de concessão dos serviços. Mas, parece, que a Anatel, assim como a Anac, estão aí mais para defender as companhias que elas deveriam fiscalizar, do que para atender ao direito de quem paga por esses serviços.
Enquanto isso, nos palanques, a "cumpanherada" mete o pau nas privatizações, sujando o cocho em que comem quietos.

Um comentário:

  1. Herança maldita recebemos nós, os contribuintes,
    por termos que arcar com todas as falcatruas desse governo que só faz trabalhar em benefício de seus pares.

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